NOSTRA AETATE E O DIÁLOGO CRISTÃO-JUDAICO NO BRASIL
Abstract
Uma das grandes mudanças ocorridas pelo Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965) refere-se à abertura ao diálogo entre as tradições cristã e judaica; a Igreja recorda-se que tem um passado, e esse passado não pode excluir o povo de Israel, com o qual Deus fez a primeira Aliança. Duas tradições tão próximas não poderiam ficar separadas eternamente. Assim, o Concílio Vaticano II foi o expoente do início da convergência dessas tradições e tornou-se essencial. Esse artigo reflete sobre o impacto da Declaração Nostra Aetate no Brasil, um dos primeiros lugares que foi destino dos judeus fugitivos das perseguições da Europa, provocadas por histórias fantasiosas, brigas políticas e religiosas. Tornar conhecido esses ultrajes passados, tornar-se possível construir um futuro mais harmônico, compreendendo e vivendo os laços que unem a Igreja de Cristo e o povo de Israel. A metodologia utilizada neste trabalho é a pesquisa bibliográfica quantitativa, que se deu por fichamentos e resumos de livros, que discutiram e aprofundaram-se a Nostra Aetate e a tradição judaico-cristã, entre eles Humberto Porto, José Bizon, Maria Luiza Tucci Carneiro e Keila Grinberg. O artigo apresenta como se deu o caminho de divergência entre as duas tradições no período da Igreja nascente, apresentando o Concílio Vaticano II, séculos depois da ruptura, como o grande baluarte de abertura ao diálogo e à unidade. Explicita os difíceis caminhos trilhados pelo cardeal Béa na produção de um texto que fosse a voz da Igreja em um período em que o mundo, perplexo pelos horrores nazistas, urgia por uma palavra aos judeus. Após a apresentação histórica, analisamos o impacto da Nostra Aetate na relação cristã-judaica, no Brasil, abordando as mudanças ocorridas nessa relação.
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